Pressenti Que Iria Ao Mar

Pressenti que iria ao mar,

Que da verdade eu sempre vi

No reflexo do mar a face de si.

Andei pelas calçadas,

Mas pressenti que iria ao mar.

Meus pés se cansam em asfalto

Mas ao sol que neles se faz em paz

Pressentem em passos o apelo do mar.

O mar espera pelos meus pés

Como meu andar quer se guiar em águas.

Quando ouvi o apelo do mar

Conheci a lembrança antiga

Dos dias que ainda se farão.

Vi as águas já corridas como

Novas, tão novas, pois nunca

Antigas haviam sido.

Pressenti que iria ao mar

Quando olhei e a volta mar algum havia.

Sempre longe de mim,

Com os meus sonhos, sonha o mar,

Sonho nos meus sonhos comigo, o mar.

Ao mar cantei os meus dias de antes

E em imagens postas à deriva

São agora do sol no mar o descanso.

Ao mar contei dos dias de depois

E em encantos postos a navegar

São agora do sol no mar a promessa.

Os dias de hoje pressentem que vão ao mar.

Ao mar num apelo que sou,

Pressinto que vou ao mar.

Ao sol, no mar.