INCERTEZAS

Hoje, assustam -me os fantasmas que refugio,

Calados, eles simplesmente olham para mim,

Deixando-me na incerteza se será o meu fim.

Com medo, vejo cinéreo o meu crepúsculo.

Caminho sobre as folhas mortas,

Uma trilha de triste solidão,

Que tortura meu coração

Enquanto sonho que estou a sua porta.

Vejo, no horizonte, morrer a minha primavera,

Envolto na agonia da algoz espera

Que me tortura abrindo novas feridas.

Contemplando as flores do jardim abstrato,

Vejo-te distante, longe do meu tato.

E carrego no peito, a incerteza se o amor será real um dia.

Vicente Mércio
Enviado por Vicente Mércio em 26/03/2022
Código do texto: T7481413
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