INCERTEZAS
Hoje, assustam -me os fantasmas que refugio,
Calados, eles simplesmente olham para mim,
Deixando-me na incerteza se será o meu fim.
Com medo, vejo cinéreo o meu crepúsculo.
Caminho sobre as folhas mortas,
Uma trilha de triste solidão,
Que tortura meu coração
Enquanto sonho que estou a sua porta.
Vejo, no horizonte, morrer a minha primavera,
Envolto na agonia da algoz espera
Que me tortura abrindo novas feridas.
Contemplando as flores do jardim abstrato,
Vejo-te distante, longe do meu tato.
E carrego no peito, a incerteza se o amor será real um dia.