Castelos no ar.
Deve ter sido num dia de chuva
À beira de algum precipício
Que escreveram a primeira poesia
A primeira trova
A descrever como era triste e difícil
A tarefa de podar roseiras num dia de sol
E o poema era a prova, a lembrança
Esperança em pedras no caminho a ser trilhado
Sim, creio eu que tenha sido assim
É assim que a vida faz sentido
Os castelos que a gente constrói no ar
Diferentes da casa na rocha
Ocultados nas trilhas, que levam a estradas
Lugares que parecem chegar sempre ao nada
Cujo endereço, só quem fez as acha
Não tem fechaduras nas portas
Flores mortas nos jardins ou janelas escuras
E se encaixa em todas as medidas
E são sempre aqueles, que ao final da vida a gente vê
Que jamais se permitiram ser tão facilmente demolidos.
Edson Ricardo Paiva.