Flores No Lixo (Solidão, Portas e Janelas)
Você viveu sua vida para os outros,
Sozinho.
Agora está ficando um velho triste,
E continua no mesmo lugar...
Sozinho.
Flores brotaram no lixo.
Fogo consumiram o caos.
Quem sabe chova a tarde!
E lave a sujeira das ruas.
Lave a alma dos pobres,
Lave os sonhos dos solitários.
Lave os seus, os meus.
A esperança espera numa fila,
Interminável.
Pessoas esperam na fila,
Solitários.
Todos choram na cama a noite.
Mas acordam sorrindo na manhã.
Porque é preciso sorrir.
Mesmo que não apareça o sol.
Os hipócritas, os mentirosos e violentos,
Tomaram as ruas, as assembléias,
Os templos, as catedrais.
Não adianta sussurrar verdades,
Quando ninguém ouve os seus gritos.
Quando vamos ter paz?
Como deixar de ser só?
Será que o sonho acabou?
Será que só morreram os loucos?
A solidão é uma prisão suicida.
Alguém sabe onde fica a saída?
As portas e janelas do céu se abrem.
Esperando você chegar.
As correntes se partiram a noite.
As cordas apodreceram e não amarram mais.
Você voa alto tentando alcançar a janela.
Porque a porta se fechou por dentro.
Mas amanhã é um outro dia.
Amanhã é segunda.
A vida segue, ou é a morte?
Mas você continua...
Sozinho.