PALCO DA REALIDADE
Na avenida da insanidade
Não sei mais o que é vida
Não sei o que é verdade
E nem onde fica a saída
Para se perder na cidade.
Pelos becos do labirinto
Eu sigo batendo cabeça
Anoto tudo que eu sinto
Antes que eu me esqueça
Rastejando só por instinto.
Pelas ruelas da crueldade
Ferido, sangro a essência
Do que era solidariedade
Atuaram sem clemência
Sobre o palco da realidade.
Pelas trilhas da escuridão
Apalpo uma rota qualquer
Que me tire desta solidão
Que não corroa a minha fé
Ou a leveza d’uma afeição
Pelo sorriso de uma mulher.