A janela do meu banheiro
Quebrada,
Vejo cacos, uma lona rasgada e uma estrela única no céu,
Casas opacas, com excesso de vidas, medíocres
O vapor no vidro, me permite desenhar um sol.
Mas sol? É noite! Enfim, busco pelo seu calor.
O céu acinzentado, pressupõe a chuva que está por vir,
Sinto a ventania se formar em mim, e no olho do furação, sem querer ascendo em poesia.
Parte da lua, se despede com tom de volto amanhã... Mas não me espere voltar.
A água cai e o calor acolhe meu corpo, que balança em protesto a tensão. Eu pulo.
Sopro, Vento frio.
Quebrada, penso no buraco desforme que dá a visão caótica de onde estou, quem eu sou?
Eu estou mesmo aqui?
Preenchida pela ausência da luz, descansam meu olhos e mente
Ouvindo apenas, e quem dera fosse, o burburinho água
Cantando aos meus pés