A janela do meu banheiro

Quebrada,

Vejo cacos, uma lona rasgada e uma estrela única no céu,

Casas opacas, com excesso de vidas, medíocres

O vapor no vidro, me permite desenhar um sol.

Mas sol? É noite! Enfim, busco pelo seu calor.

O céu acinzentado, pressupõe a chuva que está por vir,

Sinto a ventania se formar em mim, e no olho do furação, sem querer ascendo em poesia.

Parte da lua, se despede com tom de volto amanhã... Mas não me espere voltar.

A água cai e o calor acolhe meu corpo, que balança em protesto a tensão. Eu pulo.

Sopro, Vento frio.

Quebrada, penso no buraco desforme que dá a visão caótica de onde estou, quem eu sou?

Eu estou mesmo aqui?

Preenchida pela ausência da luz, descansam meu olhos e mente

Ouvindo apenas, e quem dera fosse, o burburinho água

Cantando aos meus pés

Helen Amaral
Enviado por Helen Amaral em 13/03/2022
Código do texto: T7471728
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