SOLIDÃO E VAZIO
Do seu amor eu preciso
Quando meu corpo queda
Sobre o lençol mais frio
Respigado no seu todo
Das lembranças de você.
Do seu calor eu necessito
Quando a noite me devora
Com sua boca faminta
Se nutrindo da solidão
Dilacerando-me sem cessar.
Há um vazio que me corrói
Com toda a sua ferocidade
Com toda a sua velocidade
Deixando meu grito abafado
Implorando por felicidade.
Pelo seu beijo eu procuro
Como lobo ferido uivando
Sem se dar conta que o faro
Não capta a presença da dor
Que somente um poeta sente.
Pelo seu abraço agora tateio
As paredes que comprimem
O meu ser pesado e esquálido
Dentro de um quarto infinito
No meu pequeno território.
Solidão e vazio na noite
Não me iludo com a promessa
De uma manhã radiante.