SOLIDÃO E VAZIO

 

Do seu amor eu preciso

Quando meu corpo queda

Sobre o lençol mais frio

Respigado no seu todo

Das lembranças de você.

 

Do seu calor eu necessito

Quando a noite me devora

Com sua boca faminta

Se nutrindo da solidão

Dilacerando-me sem cessar.

 

Há um vazio que me corrói

Com toda a sua ferocidade

Com toda a sua velocidade

Deixando meu grito abafado

Implorando por felicidade.

 

Pelo seu beijo eu procuro

Como lobo ferido uivando

Sem se dar conta que o faro

Não capta a presença da dor

Que somente um poeta sente.

 

Pelo seu abraço agora tateio

As paredes que comprimem

O meu ser pesado e esquálido

Dentro de um quarto infinito

No meu pequeno território.

 

Solidão e vazio na noite

Não me iludo com a promessa

De uma manhã radiante.

 

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 10/03/2022
Reeditado em 10/03/2022
Código do texto: T7469795
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