Cativo
Deitado em meio a muros,
cansado, choroso e tremendo
de triste, de sono e sem paz
Forçado a viver cativo
em um mundo de pesadelos
lembrando do que não é mais.
Nunca foi.
Te guardo, oh meu menino
no mais fundo que há
e um dia, quem sabe te ensino
que esse é o preço a pagar.
Mas antes disso, descansa,
em cima de cacos de vidro,
você, minha eterna criança.
Não posso nem te tocar
que sei, o calor te dói,
te corta feito lembrança.
Por isso te deixo quietinho,
enquanto ainda tem medo
da sombra da esperança.