Vida de Baldo

A medida que a luz se esvanece

Se aproxima de mim o tinhoso

Sorridente, faminto, manhoso

Sussurrando o meu fúnebre destino.

Mas a onde o suicídio me levaria?

Se não findar por fim está vida,

Ainda existe na insídia,

Uma angústia tão estendida?

Abominou-se de mim um vazio,

Tão sincero quanto mudo,

E no silêncio mais ínfimo

Cavei o meu próprio túmulo.

A solidão que as pressas se aproxima,

Se abdica do último regalo,

Da minha felicidade abolida,

Da minha vida de baldo.

Dmitry Adramalech
Enviado por Dmitry Adramalech em 23/01/2022
Código do texto: T7435240
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