SOBRE AQUELA FELICIDADE
Jamais encontrei poesia na esquina
Não sei se é a luz do neon
Ou o luar pálido sobre a cidade.
A solidez do asfalto insonso absorve
Meus sonhos e minhas esperanças
Através das manchas de tantas pressas.
Então me perco entre prédios e pestes
Como um pássaro que não tem galho
Para pousar em dias de tempestades.
Eu não me acho na corrida do tempo
Sinto fragmentos de mim sendo levados
Pelo vento que roça meu rosto cansado.
Eu me pergunto sobre aquela felicidade
Que havia toda manhã no olhar ingênuo
De um menino que acreditava no amor.