MINHA IMAGEM



Sou eu aquela que canta
Quando está a soluçar,
Que tem o nome de santa,
Mas sequer sabe rezar.
Sou eu, que muitas das vezes
Sufoca a respiração,
Contando dias e meses
Às voltas com a solidão.

Sou aquela que sonha
E de si mesma tem dó,
Implorando que a esperaça
Caminhe ao lado do só.
Sou filha da natureza
Enteada da solidão
Lutando pra que a tristeza
Não me esmague o coração.

Sendo assim, vou descrevendo
Enquanto o sono não vem,
Os sonhos que ainda tenho
Sem dever nada a ninguém.
Enquanto o sonho não chega
E o tempo me conceder
Vou disfarçando a tristeza
E seja o que Deus quiser.