Doce lado negro
Novamente eu morri,
Muitas vezes eu que me matei,
Não sei se realmente já vivi,
De tantas feridas que já sangrei.
Muita dor eu senti,
Com muitos sentimentos me enganei,
Depois que muito sofri,
Valsas com a morte eu dancei.
Ela me permitiu partir,
E a mim eu voltei,
Com muito custo sobrevivi
Então sozinha me curei.
Das cinzas eu ressurgi
Depois que no fogo me moldei,
Como fênix eu renasci,
Mas mesmo assim eu chorei,
Porque a guerra eu já perdi.
À solidão me rendi como uma sentença,
Me acostumei com a sua presença
Que já não pede mais licença para se aproximar.
Aceitei seu aconchego,
E ao meu doce lado negro passei a enxergar.
Abracei meus medos,
Acariciei meus defeitos,
E em segredo comecei a me costurar,
Mesmo ouvindo a voz do doce lado negro a ecoar.
É triste a canção que a solidão se põe a cantar
E faz chorar o meu coração,
E é a mesma canção que me cura,
E que com ternura me põe para ninar.
Boa noite, escuridão.