BOCEJO

 

Estou deitado sobre as nuvens

Vendo horizontes se modificando

Então penso que o mundo morre

A cada suspiro de desencanto.

 

Quem vai dizer que a água é cristalina?

Quem vai saudar a manhã de sol tórrido?

Por enquanto não bocejo nada de estranho

E nada me encanta neste paraíso artificial.

 

Eu durmo entre as flores que não plantei

Mas que reguei com meu suor e desespero

Por isso entendo o silêncio de cada pétala

E estendo meu olhar para além do jardim.

 

Não sou o homem que vai pegar em armas

E nem vento que varre o cimento incrédulo

Mas não me diga em que direção eu deva ir

Apenas me veja evaporando entre prédios.

 

Os adeuses que foram lançados contra mim

Não cravaram unhas em minhas lembranças

Somente as rosas entendem o meu suspirar

E me fazem companhia na minha loucura.

Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 04/12/2021
Código do texto: T7400102
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