A MORTE DA SOLIDÃO
A solidão me abraçou
De uns poucos anos pra cá
E eu já fiz de tudo
Pra que ela daqui se vá
Não encontrei lugar certo
Onde a pudesse deixar.
Não enterrei a bichinha
Por saber que é erro certo
Pois toda erva daninha
Vinga até no deserto.
Meu coração já cansado
Batendo fraco demais
Solitário, desencantado
Do tempo, andando atrás
Tartarugando se indo
Pois só assim é capaz.
O dia em que eu me for
Esta frase vai comigo:
" Tentei ser amiga do tempo
Ele não foi amigo comigo "
Semeei o melhor de mim
O que colhi por castigo
Foi o vento assobiando
Arrastando tudo consigo.
Pára o relógio do corpo
Pra nunca mais tilintar
Toda ilusão dessa vida
Cinzas há de tornar.
E a solidão "passageira"
Grudada em mim por inteira
Também irá se queimar!