83°

Disseram-me que o fim do mundo está próximo

Mas já vivi um fim do mundo quando ela se foi

Não teve sorte que a fizesse ficar

Fui embriagado pelo azar

A solidão foi meu arrebol

Tive que curar minha dor

Com palavras soltas

Escrevia a minha morte

Beijava as imagens informes

Manchadas por minhas lagrimas

Custei a aceitar essa partida

Esse fim do mundo particular

Foi a minha maior ferida

Custou a cicatrizar

Perder um amor é perder a vida

E eu me sentia morto

Absorto de qualquer bondade

E quando faltava luz

Sentia a escuridão usurpar a minha alma

Aprendi com a ausência

Que as trevas trazem calma

Ao entender que liberdade é seguir em frente

Deixei para trás quem me deixou há tempos.

Otreblig Solrac - O poeta burro

Otreblig Solrac
Enviado por Otreblig Solrac em 17/11/2021
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