83°
Disseram-me que o fim do mundo está próximo
Mas já vivi um fim do mundo quando ela se foi
Não teve sorte que a fizesse ficar
Fui embriagado pelo azar
A solidão foi meu arrebol
Tive que curar minha dor
Com palavras soltas
Escrevia a minha morte
Beijava as imagens informes
Manchadas por minhas lagrimas
Custei a aceitar essa partida
Esse fim do mundo particular
Foi a minha maior ferida
Custou a cicatrizar
Perder um amor é perder a vida
E eu me sentia morto
Absorto de qualquer bondade
E quando faltava luz
Sentia a escuridão usurpar a minha alma
Aprendi com a ausência
Que as trevas trazem calma
Ao entender que liberdade é seguir em frente
Deixei para trás quem me deixou há tempos.
Otreblig Solrac - O poeta burro