Minha cidade...
E assim existe,
Uma princesa no sertão,
E ainda persiste,
Apesar de toda a solidão.
Tua história,
Tua honra,
Tua imensidão,
Sonhando à Beira-Mar até domar o Dragão.
Tuas ruas,
Minhas veias,
No Centro está o coração,
Pelo Mercado da cidade que encontrei gratidão.
Eu pertenço a você desde o dia que nasci,
E ao pôr-do-sol na Barra o mais lindo que já vi,
Pelas curvas do Cocó foi onde aprendi,
E mesmo que eu te deixe eu nunca te esqueci.
Minha única companhia nessa tarde de domingo,
Deixe-me cochilar nas tuas dunas onde chamo de abrigo,
A cidade me ama,
Amor correspondido,
Admiro-te da minha cama,
Onde chorar é sempre permitido.
Cada esquina um verso cada casa um poema,
Destemida e ousada como tua índia Iracema,
Seus ventos pentearam minha alma,
Sua agitação me acalma.
Nas tuas ruas sou menino,
Mostre-me o mundo mostre-me o destino,
Dirigindo pelos teus labirintos,
Nunca me perco eu me encontro eu existo.
E mesmo com toda tristeza,
Eu respiro tua beleza,
É mais que minha cidade,
Minha sanidade,
Minha Fortaleza...