Esquizofrenia

Na minha caverna está escuro demais para ver

Já não sei destinguir o que é um ser e um não ser

Muitas vozes na minha cabeça não sei o que fazer

Talvez seja uma entidade, uma divindade ou um demônio

Como uma pequena abelha que espalha seus feromônios.

De zumbido vem um sussurro em meu ouvido, fico com medo

Vou tomar banho, sento no chão, e bato a cabeça no box do banheiro

O vidro estoura e junto com a água meu sangue se mistura...

É nesse momento em que eu não tenho nenhuma dúvida.

De que eu já perdi minha mente a muito tempo

Tudo o que eu sei e sinto se esvai

Uma mão me pressiona e meu peito se contrai

Minhas costelas perfuram meu coração.

Meu sangue já não consegue transportar oxigênio ao meu cérebro

Então meu corpo gélido apodrece e ninguém me encontra.

Nesse meio tempo um caminho se abre e eu percorro por ele

Havia muitos seres lá dentro...

Não tinham faces, eram humanóides.

Todos os meus traumas reunidos em minha cabeça

Me incentivando para que eu atire contra meu peito.

Os remédios já não me acalmam como antes

Eu não consigo durmo e contemplo a madrugada

Toda noite um demônio vem me visitar

Ele chega perto de mim sem exitar

Não consigo dizer uma única palavra ou me mexer

Apenas aceito o meu destino

Mas ainda me pergunto... O por que isso acontece comigo?

Ao dia não consigo viver

À noite não consigo dormir

Preciso de alguma luz para me esclarecer

Ou de uma roleta russa para tentar a sorte e morrer.

— Jackson Campos