Disfarce de vida

Quero algo que me aquiete a alma,

mas não de desventuras,

essas quero, destemido, enfrentar.

Falo daquilo que não se sabe, se luta

Daquilo que não se entende, se entrega

Quero aquietar a busca

do que satisfaz,

do que completa

A busca do que faz feliz.

Aquietar as necessidades,

as vozes vorazes,

os pesos nos ombros,

as bolas nos pés,

a corda no pescoço

Aquietar as perguntas

que me atacam a estima,

paralisam as esquivas

e expõem o peito aberto

para o impacto certeiro

Quero preencher o vazio

com algo mais do que palavras,

mais do que promessas

ou sorrisos sem esperança

Quero ao menos saber do que preciso

para sair da inércia

em direção a qualquer lugar

onde seja bom estar

e não essa indiferença

disfarçada de vida