O Melro-Preto
De gaiola em gaiola
Eu nunca pude no céu voar
Os meus donos não me deixam
Vivem a me podar
Minhas asas mal se movem
Perigo às vezes de me afogar
Quando tomo banho sozinho
E elas não conseguem balançar
Pelas frestas eu vejo o céu
O brilho do Sol vem me esquentar
Mas a friagem que eu sinto aqui dentro
Nenhum raio consegue penetrar
Eu desejo que um dia a gaiola se quebre
Que o vento me leve
Mesmo que seja para minha morte encontrar