Durante a vida inteira
Sou eu e mais ninguém que me encontro aqui. Estou de olho neste teclado desalmado e pleno de escrever. Parecem cortinas que se levantam. Atentas ao velho rasgar do vento.
Um sussurro, um grito, um terro dentro da história perdida de nós todos. Destravados momentos. Agoniadas velas. Verificados antônimos e desertos inteiros dentro do quarto.
O silêncio interrompido pelos motores dos carros que passam lá embaixo. O sacolejo das folhas das árvores. Um ventilador que se exprime pelo melhor vento que ele pode dar.
Narinas acessas, tumulto, regozijo, gorgolas de séries mil. Na TV os movies se passam em documentais de true crimes. Realidade cruel que aconteceu e ninguém ligou só queriam saber do sangue.
Levantamentos de paralelas manhãs que se perdem no dia quente em que a gente sempre pensa no melhor. O mundo 'ok', o medo desfigurado pela alegria de poder voar.