Céu de chumbo
O vento perfumado da primavera trás amor e sonhos,
Alguém perguntou, Existe o infinito ?
Então te confundes entre mar, cheiro de mato e pétalas de rosas,
Ainda não entendi a substância do teu universo,
Nem esse frio,
Nem esse vazio,
O pensamento não tem amarras, disso eu sei e teus princípios não são iguais aos meus,
Nunca existiu nada entre tua distância e tua ausência, apenas lembranças que vejo e revejo outra vez,
Esse amor foi como a oração da manhã, que trazia uma esperança quasse filosofal,
E logo tudo virava casos e acasos, num deserto com um caminho branco,
Como uma flor tímida na sombra,
Como um crepúsculo glorioso,
Mais a solidão e como um mistério que se transforma em fantasmas,
E finalmente tudo parece um céu de chumbo, como numa tarde com seu último horizonte.