DIAS CHUVOSOS
Me recolhi em meu peito
Pra não me ver partir
Senti em minha pele
A dor de tudo o que eu não vivi
A escuridão roubou meu céu
E em chuva me desfiz.
Há dias que amanheço
Sem força no olhar
O medo me enlaça
Me impedindo amar.
O sorriso já desbotado
Não colore meu olhar
Sigo vivendo
Respirando esse mar.
Submerso me recordo
Os erros que cometi
Como um tiro à queima roupa
Eles me trouxeram até aqui
Mas viver é uma escolha
E eu sobrevivi.
Na loucura dessa espera
Onde a navalha impera
Posso decidir
Amar sem ferir
Das feridas formar jardim
E em mim, florir.
Talvez um dia
Essa tempestade passe
E o azul infinito
Me ganhe outra vez
Por ora
Vou fechar meus olhos
E esperar
Amanhã, quem sabe
Eu possa outra vez
Recomeçar.