DIAS CHUVOSOS

Me recolhi em meu peito

Pra não me ver partir

Senti em minha pele

A dor de tudo o que eu não vivi

A escuridão roubou meu céu

E em chuva me desfiz.

Há dias que amanheço

Sem força no olhar

O medo me enlaça

Me impedindo amar.

O sorriso já desbotado

Não colore meu olhar

Sigo vivendo

Respirando esse mar.

Submerso me recordo

Os erros que cometi

Como um tiro à queima roupa

Eles me trouxeram até aqui

Mas viver é uma escolha

E eu sobrevivi.

Na loucura dessa espera

Onde a navalha impera

Posso decidir

Amar sem ferir

Das feridas formar jardim

E em mim, florir.

Talvez um dia

Essa tempestade passe

E o azul infinito

Me ganhe outra vez

Por ora

Vou fechar meus olhos

E esperar

Amanhã, quem sabe

Eu possa outra vez

Recomeçar.

Xícaras de Prosa
Enviado por Xícaras de Prosa em 29/08/2021
Reeditado em 29/08/2021
Código do texto: T7330881
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