À luz de velas

Cortejava a solidão, à luz de velas,

Imerso na quente escuridão

Que me preenchia com o vazio perene,

Fazendo-me apreciar o suspiro da chama.

A infelicidade requer companhia,

Para dividir seus medos

Com toda sorte de tempo;

Para agarrar suas almas,

Distribuindo-lhes sorrisos amarelados.

O tempo parece rasgar a pele

Diante da efemeridade de tempos ditosos.

Tempos estes que sucumbem

Ao menor murmúrio de tempestade.

Seja ela cinza ou branca.

Mas, enfim, debruço meu espírito...

Diante da chama incandescente de vida.

Única fagulha de luz na noite compulsória.

Sopro a luz...

Cai o negro véu.

Valter Pereira
Enviado por Valter Pereira em 11/11/2007
Código do texto: T733043
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