ANDO A PENAR

Doces são os teus lábios,

Meigos são os teus olhos,

Redondos os teus peitos,

Macias tuas belas mãos.

Eu sou o vero contraste

Da beleza muito natural

Que faz de mim traste,

A sofrer de grande mal.

Não sei porque eu nasci

Assim vesgo, anti-natural,

Se o meu tão grande mal,

Foi sobreviver e não morri.

Os meus queixumes muitos

São de azedumes tantos,

Que lhes perdi sua conta,

Ficando aos ais de pranto.

A vida caprichosa se revelou,

Não quis colaborar comigo,

Arranjou um outro seu amigo,

Por o ter, sempre ambicionou.

E eu para aqui ando sozinho,

À procura do meu caminho,

Que não encontro em lugar

Nenhum, não o sei localizar.

Ruy Serrano - 20.07.2021

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 20/07/2021
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