O RÉPROBO

Ombros poleiros de calopsitas.

Mãos cujo cheiro sempre canino

Não negaceiam afagos em gatos.

O coração emite estalagmitas

Algo cavernoso lhe sai indo e vindo,

Indiferente à ordem, talvez aos fatos.

Força traída à Sansão e Dalila,

Vida subtraída no correr das horas,

Sem antes, amanhãs e agoras,

Cidade sem bairros, sem vilas...

O vazio de todo o silêncio

Impera nos olhos semi vedados,

Como rezassem à Santa Maria.

Os calares fizeram-se imensos,

Ínfimos pontos de fuga em quadros,

Ignora enfados ou sensaborias.

Escápula bicada pelo ranço da Austrália,

Falanges roídas por dentes pitbulls:

Que importa acertos ou mais falhas,

Ele encontra seu norte no Sul .

PS. Eu me permiti algumas licenças poéticas.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 16/07/2021
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