Turbulência
Nesse meu deserto
caminho sonâmbula
Sem identidade
Sem par
Sem lar
Solta no ar
Vagueio sem chão
Sem deixar pra trás
as quinquilharias
do meu porão
Me são caras
Me emprestam um ar
de pertencer
de ter
de ser
nascente
vertente
Sigo as águas
revoltas e escuras
desse rio
Num percurso infindo
sem onde desaguar
Sem a transparência
Neste espelho identifico
minha essência
pura turbulência