estação cinza
embasado vidro
no bafo do desabafo
lá fora desaparece
escrevo saudade
logo escurece...
rosto colado, velado
pingos são estiletes
batem com fúria
escorrem junto as lágrimas
árvores invergadas.
ali estado de estátua
paralisia de amor
lembranças redemoinhos
piruetas de carinhos
estação no vazio.
madrugada com raiva
deuses dos mistérios
céu em guerra
raios riscam o tempo
troveja minha mente.
ao riscar luz
praça abandonada
balanço da criançada
vai e vem rangente
ferro das dobradiças reluz.
olhar fixo, sem luz...
olheiras profundas
cego nesse sentimento
corpo e alma nesses versos
amanhecer reverso.
jamaveira