Das desculpas do poeta

É preciso que me peças delicadamente a calma que não tive:

não nos afastemos do silêncio, aonde custo a chegar e onde colho mais brilho que a noite.

Me perdoe o malcriado.

Volta!,

antes que me estale os versos (dessas coisas que não contam e pesam ao sustento).

Ora, ora, me pego a falar novamente sobre versos.

Desculpe! Eu tento!

Sofro,

volta!

É como se ficassem tristes os tacos noutros pés.

Me perdoe,

nem era poesia,

as rosas não nascem dos versos.

(Mentira!)

Volta!

Eu trouxe lanternas!

Sabes que a poesia me vive aos ouvidos e aos olhos faladores;

nas mãos espera por baixo, e nos pés toda rua,

mas eu trouxe lanternas.

Volta!

Eu trouxe lanternas.