Dous passos

Somos ao nascer sozinhos...

Ombro sim, ombro não a ultrapassar o canal da vida.

D'outro lado do túnel uma mão...

mas antes de tudo sozinhos.

Ao correr da primeira lágrima, sozinhos.

Só o coração se descobrindo sabe as razões

do passo de dança que tece ao salão.

Não há canção que cabe neste desatino.

Sozinho, deveras sozinho.

Um verdadeiro enredo de solidão.

Somos antes de tudo sozinhos.

E, no final, somente sozinhos.

Rosas a se despedaçar ao léu...

Vira-se pó e não há mais mãos.