A saudade que o circo deixa.

Depois que a chuva se for

Que sejam as coisas assim

Como aquele céu leve e pesado

De montanhas cinzas, flutuantes

E que nunca mais elas estejam

Do jeito que são agora

E que aquele peso que nos mantinha

A todos presos num momento eterno

Num morno inferno, como era antes

Uma esperança que não se encaixa

A visão de um barco que navega

A gente aqui, de longe olhando

Tanta amplidão de infinito

Da chuva que se vai, se foi

O Sol se esconde atrás da nuvem

Nuvem que se oculta

Atrás da linha do horizonte

O barco que também se foi

Restando apenas uma espécie de saudade

Igual aquela que o circo deixa

Bela, alegre, suave

Mas que, com o passar dos dias

Se faz em grave melancolia

E é por isso que as coisas são

Do jeito que são agora.

Edson Ricardo Paiva.