Moça da chuva

Moça que passa sob os pingos da chuva.

Passa empinada, todo molhado o vestido.

Passa por mim, e segue sem perceber,

Que da janela sinto seu passar atrevido.

Passa moça molhada da minha chuva.

Pingos que caem após minha janela,

E no passo que avança em seu caminho,

Lentamente vai deixando de ser tão bela.

Pois o que a faz ser a moça que passa,

É a minha chuva que turva a vidraça,

Não cessa a chuva e não passa a moça

Cessa-se a moça, suga da chuva a graça.

Pois toda a beleza da chuva que cai,

Repousa na moça, ser a que passa,

E quando some na vidraça da janela,

Já não é mais da minha chuva a moça.

Stelamaris Cabral

stelamaris
Enviado por stelamaris em 06/11/2007
Código do texto: T726464
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