Meu pequeno universo
Histórias perdidas,
Pedaços compartilhados
Que ficaram perdidos na mesa vazia.
Futuros mortos de modo prematuro.
E eu que quero tanto entender,
Neste momento sinto-me exaurir.
Meu maior bem é minha consciência,
Mas neste momento parece incomodar.
Quantos já não são os fragmentos jogados ao vento.
E eu que almejo sentir a brisa,
Neste instante me alio ao vento,
Pedindo para que leve as dores para longe de mim.
Ou quem sabe que traga em seu galope
Uma estranha consolação que eu desconheço.
Força insignificante que somos,
Tola ilusão de poder que somos,
Dia veremos que antes almejamos a misericórdia.
Não se a pleiteará por fraqueza, mas por exaustão da força.
Se terá a certeza de existir,
E rebelde inquirirá ao Criador a razão da existência,
Para depois sentir com pudor vergonha,
Como se agisse com ingratidão.
Mas o que fazer ante o impulso das emoções rebeldes?
Que oração faz sentido, se não for honesta?
Qual verdade pode se encontrar se não houver franqueza?
Então, não vem a consolação, mas uma compaixão,
Uma autocompaixão que não ofende o orgulho,
Que me faz sentir minúsculo, porém, sem me sentir humilhado.
E bate a porta o tempo, e eu dou as costas!
Em toda impotência de minha efemeridade,
Desdenho da eternidade,
E encontro em minha suposta arrogância,
O ser infante que vai em mim,
E olho então para o céu,
E entendo o significado do filho pródigo.
Me silencio e dedilho sentimentos
Que ganham velas de embarcação
E são carregados pelo vento.
04/04/2021