Mediocridade
Me sinto um porre
É verdade
Nada no peito cabe
Nada parece pertinente
Tudo transborda exageradamente
Não tenho o menor controle
Sou aperreada
Enfadonha
Quero tudo nos conformes
Segundo a idealização da minha mente
Sou controladora com meu descontrole
Obsessiva e exigente
Dou as caras com um medo gigante
Sou meramente destemida
Grito que sou antifascista
Mas caio na hipocrisia capitalista
Não isenta da mediocridade
Serei só mais um número na taxa de mortalidade
Me admito perspicaz
E nem me manter em pé fui capaz
Mas de onde vem a melancolia que habita em mim?
O tesão pela dor que me mantém viva?
Ou me mata...
Sou hipócrita o suficiente por querer saber tudo
Sem ao menos me saber
Sou mulher
Pequena e ríspida
Afogada no meu próprio orgulho
Fingindo saber nadar
Esquecendo do próprio umbigo