Exaustão
Estou exausto de viver
nessa incansável hostilidade
de pais assassinos
e mitos genocidas
Exausto da inutilidade da educação
diante da veneração ao medíocre
enquanto se grita bravamente
a razão no silêncio do vácuo
Exausto pela corrida ao redor do vazio
enquanto me falta ar para chorar
e os ombros doem com o peso da solidão
de amar borboletas sendo um caramujo sem casa
Exausto de eterno devir
sem nunca experimentar o ser
desmotivado pela ausência
de um caminho e direção que satisfaçam
Exausto pela bola de dúvidas no calcanhar
que impedem meu voo sem plano
para do mais alto possível
avistar as respostas onde pousar
Estou exausto de exalar amor no deserto
e colher indiferença
de correr sempre ao lado
e continuar sendo o último