CHAFURDADO
Um dia a mais, um dia a menos
Cada vez mais perto da morte,
Cada vez mais longe do nosso começo,
Um dia ganho, um dia perdido.
Um dia sombrio, sem sorrisos e risos,
Mente fraca, cansada,
Tristeza toma conta do ambiente
Músicas fúnebres, escuridão, vazio.
Trancafiado em um quarto, solitário,
Mil pensamentos passam na cabeça deste simples jovem,
Que vos escreve este poema,
Não vê uma luz no fim do túnel para imergir deste mar obscuro.
Vozes rondam-no, risos, ais,
Mas são risos falsos, vazios,
Ais sem dores, ais também ocos de sentimentalidade,
Como conseguem viver com tamanha frivolidade?
Esqueço-me minha condição humana,
Entrego-me ao meu futuro que sonho tanto,
Mas por um instante regresso ao presente e vejo que o sofrimento,
Parece não ter fim.
E isso desanima, me faz chafurdar no lamaçal,
Das mais piores formas de pensamentos,
Infelicidade reina,
Solidão, solitário.
Olá, escuridão, minha velha amiga
Vens, no seu vazio, me prender, me encher
Faça a sua parte, e eu farei a minha.
Esconde-me em tu, e escondido, farei aquilo que menos esperam.