Ó minh’ alma triste

Ó minh’ alma triste, por que me afliges?

O âmago do meu ser está angustiado.

Ficas comigo, não foges...

Meu pensamento está perturbado.

Minhas lágrimas têm sido o meu refúgio.

O meu corpo é o teu abrigo.

Ó minh’ alma, por que queres partir de mim?

Eu sou o teu alicerce e tu és o meu espírito.

Sem tua presença, morto serei... tenho medo.

Ainda cultivo sonhos nesse jardim...

Vivos, temos o mesmo destino.

Sem ti, retornarei ao pó e ao desprezo.

Ó minh’ alma, liberta-me desse sofrimento!

Sou a tua semente e tu és a minha fonte de esperança.

Não penses em desistir de mim, não é hora de adeus.

Fomos unidos no dia do meu nascimento.

Tu és o meu fôlego, meu presente de Deus.

Juntos, de mãos dadas, somos aquele que anda.