Elogio a feiura #3
"Não quero seduzir,
teu coração turista,
Não quero te vender,
O meu ponto de vista"
Com esse trecho em mãos,
Inicio meu poema,
Meu velho e cansado coração,
Pouco se menifesta, apenas bate.
No meio do meu peito, bem no meio,
Sinto um desconforto,
É comum, acima do estômago.
Foram boas conversas...
Eu fui privilegiado por um lado,
Sou uma boa companhia.
É...essa é minha sorte meu tormento.
Sempre uma boa cia.
Às vezes, como agora, deitado em minha cama...
Fico me perguntando por qual motivo insisto nisso...
Por qual motivo abro-me à expectativa.
Cada vez eu sinto menos.
Talvez, talvez mesmo, os feios devem se focar em trabalhar,
Estudar muito, fazer o melhor em suas carreiras,
Ser pragmático, abandonando essas ilusões romanticas, nada de sonhar...
É interessante, isso me inspira a escrever,
Não é por pena, mas por sentir esse rejeição.
Conviver com ela armargamente...
Enquanto isso, bebo em noites de boemia.
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"Até você, Carioca."
Escrever sobre isso talvez seja a única forma de poupar meus amigos de tudo isso. Ser gentil com eles e tudo ficar bem.
"Há um muro de concreto entre nossos lábios
Há um muro de Berlim dentro de mim
Tudo se divide todos se separam
A diferença é o que temos em comum..."
Só me resta escutar isso, fazer minha refeição para amanhã e hostentar meu sorriso amarelo.
Fiquem bem.