Domingo
As tardes de domingo são solitárias.
Regadas à nostalgia e brisa de verão.
Compostas pelo som da televisão e o brilho alaranjado do sol.
O sol me cega pouco e me deixa a ver manchas.
Tem cheiro de infância e liberdade.
Saudade e tinta à óleo.
O céu parece uma pintura realista,
Com uma pitada de fantasia.
As tardes de domingo são solitárias.
Morro toda semana
Com o peso da saudade.
A solidão que o domingo oferece é acolhedora.
A melancolia agridoce que a brisa do final de tarde traz.
Tudo parece monótono e repetitivo.
Ir para algum lugar parece o destino.
O coração contorce com o vazio
E o peito grita o amor tardio.
Fico a ver o dia passar
Imaginando como seria, ser tudo todos os dias.
As tardes de domingo são solitárias.
Como as luzes do natal passado
E o som do mar à noite.
Como a estrada numa grande viagem.
O cheiro de perfume e saudade.
Os risos que eu nunca mais dei
E os lugares que nunca mais visitei.
A melancolia de noites frias
E a chuva que é carregada pela ventania.