Domingo

As tardes de domingo são solitárias.

Regadas à nostalgia e brisa de verão.

Compostas pelo som da televisão e o brilho alaranjado do sol.

O sol me cega pouco e me deixa a ver manchas.

Tem cheiro de infância e liberdade.

Saudade e tinta à óleo.

O céu parece uma pintura realista,

Com uma pitada de fantasia.

As tardes de domingo são solitárias.

Morro toda semana

Com o peso da saudade.

A solidão que o domingo oferece é acolhedora.

A melancolia agridoce que a brisa do final de tarde traz.

Tudo parece monótono e repetitivo.

Ir para algum lugar parece o destino.

O coração contorce com o vazio

E o peito grita o amor tardio.

Fico a ver o dia passar

Imaginando como seria, ser tudo todos os dias.

As tardes de domingo são solitárias.

Como as luzes do natal passado

E o som do mar à noite.

Como a estrada numa grande viagem.

O cheiro de perfume e saudade.

Os risos que eu nunca mais dei

E os lugares que nunca mais visitei.

A melancolia de noites frias

E a chuva que é carregada pela ventania.

Maria R Montozo
Enviado por Maria R Montozo em 21/03/2021
Reeditado em 21/03/2021
Código do texto: T7212780
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.