O aceno do cais

Navegava por águas tortuosas

Velejava ao longo dos dias...

Em um mar que não era calmaria, não...

Era tormenta, tempestade lascinante.

E depois o calor vidrado, vibrante,

O sol escaldante

O balanço entorpecente.

Mas no horizonte, a espera...

O porto, a vista do cais.

A visão de seus mais tenros sonhos.

Seu bálsamo.

Depois de muito tempo

Era o momento

De maior paz,

Algo tão inadvertidamente fugaz...

Pois quando partia

Não sabia se era quem deixava o cais,

Ou se era o cais que a deixava.

Gisele de Andrade
Enviado por Gisele de Andrade em 16/03/2021
Reeditado em 23/12/2021
Código do texto: T7207994
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