Melancolia

No fugir do dia,

Horas tombadas.

Fragmentos de luzes,

Pincelados em azuis e cinzas.

Deixo a mente fugir.

Uma rua, sei lá para onde vai,

Sei lá para onde eu mesmo vou!

Tantos pensares, alguns pesares,

Ideais de alegrias,

Mas coração cansado dos dias.

Uma rua, uma simples rua,

E ao fundo um horizonte.

Ah, sagrada pintura que ilude a esperança.

Depois de buscar tantas verdades,

Então descobrir o mundo de mentiras.

Depois de alimentar a sinceridade,

Ver quão dissimulada é a face humana.

Maquiagem de coloridas,

De sentimentos descoloridos.

Mas eis que no céu uma fagulha de luz.

Ah, esta bendita luz que parece amaldiçoar,

Pois que a bênção é sempre oculta.

Finge de sorrir,

Ou talvez tenha felicidade incompreendida.

Quão fugaz é a vida, e lá está uma rua,

Ali tantos passos ficaram,

Outros guardados.

Um andarilho de alma,

Um cigano do espírito,

Um ser sem pouso,

Que dia destes ao ver a passarada da tarde,

Voou com eles sem saber para onde.

21/01/2021

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 14/03/2021
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