Caravela

Me sinto um barco sem porto,

Que não bastando não ter porto, não tem rumo.

E não bastando não ter rumo, não tem vela.

Mas pensando bem, presumo

Que se não tem rumo, não faz falta a vela.

Se não tens caminho, de que serve seguir?

Então fico eu em minha caravela.

É uma linda metáfora, devo admitir.

Uma naus solitária, dramaturgia de novela.

Sempre soube que era demais. Sentia demais, sofria de mais.

Agora aqui sozinho, no oceano dos pensamentos,

Lutando contra sentimentos confidenciais.

O que fazer agora? Um capitão num navio gritando sem que ninguém escute.

Vagando sem rumo na imensidão.

Se tu esperavas uma resposta, me desculpe.

Pra mim ainda é uma pergunta sem solução.