NA ÂNSIA PRA MAIS UM DIA AMAR VOCÊ
Izaías Veríssimo de Castro - 05/02/2021
Final de semana tenso, melindrosa noite
Frio e súdita ventania batendo em açoite
Parceria e cantiga que não me trazem alento
Isso varre, deixa volátil meu pensamento
E lembrar você vira um infinito tormento
Luta incessante nos braços da insônia...
Cobertor sem calor, corpo em calafrios
Coração sem compasso, sinistros arrepios
Triste e impiedosa agonia que é a falta tua
Tão longe tu estás e nem esperança me dar
De num breve momento eu poder te abraçar
Então num ato inesperado me desato
Vou à janela, sutilmente descerro a cortina
A vidraça transparente me mostra a rua
Vasta nuvem de poeira, minha visão turva
Sigo então as luzes e imagino o horizonte
Palco onde magistral surgiria, a tão divina lua
Que hoje aos meus olhos não deu o ar do encanto
Deixou minh´alma nua quase a afogar em pranto
Deixou minh´aura pobre sem a presença sua
Lá fora, arvores com troncos a ranger
Copas densas freneticamente a balançar
Folhas em cambalhotas sem destino pelo ar
Pétalas de flores insanas a acompanhar
Tristonhas, nenhum cupido as colheram
Para, a alguém nutrido de amor presentear
Não precisaria ser eu agora
Um falcão peregrino pra tão veloz voar
Nem uma águia real pra tão bem enxergar
Bastaria ser eu agora um “valente” passarinho
Pra voar sem cansar, mesmo que devagarzinho
Enfrentar a tempestade que devasta lá fora
E na vivacidade da paixão sair em busca de ti
Assim me aboliria do sofrimento que alastra
Neste coração que chora atônito quase a morrer
Na ânsia pra mais um dia amar você