FOLHAS NO MEIO-FIO
FOLHAS NO MEIO-FIO
Manoel Belarmino
As folhas do meio-fio
Servem de cama da alma
Deste farrapo sem calma
Na noite quente sem frio.
Noite em silêncio de fim,
De fúnebre, desprezado,
E na estrada, ensaguentado,
Jogado, um corpo em carmim.
Oh folhas acolchonadas,
Onde um farrapo repousa
E o germe faminto pousa,
Nas matérias putrefadas.