Conversando com a solidão
Sentei-me em frente ao espelho
E recitei poemas para solidão
A vi chorar durante o quinto verso
Colei os lábios como respeito
Após as ondas que caiam dos olhos
Continuei e cantei Caetano, sozinho
E ela sorriu seguindo minha desafinaçao
Vi um puxadinho no sorriso esquerdo
Então a solidão levantou e dançou ciranda
Sem sapatilhas mas com alegria no rosto
Os olhos brilharam novamente
As maçãs nasceram na face branca
A mão direita parou de tremer
E a tristeza não refletiu mais no espelho
Lembrei a solidão as sensações da felicidade
Pois pensavamos iguais e viviamos em paz
Então, cruzei os meus braços no corpo e a abraçei
Pois a solidão estava feliz
Eu estava feliz de novo
Estávamos felizes por ser um só
A única companhia verdadeira um do outro