DECEPÇÃO DE UM SOLITÁRIO

No tempo em que eu ainda amava

Me dei de corpo e alma a um corpo

Cuja a alma em sonhos, céus viajava

Deixando-me um deserto de morto

Eu sozinho com este corpo sem alma

Pensava que o amor existia

Bebia do orvalho da calma

Eu era primavera sem dia

Pensava que um sol me abraçava

Quando era uma lua sem céu

Pensei que mil flores brotavam

Mas o leite que tomei era fel

Fui deixado na porta do altar

Traído como um bicho sem lar

Pensei em morrer, matar de vingança

Mas aprendi a entrar nesta dança

Hoje vivo sozinho sem rumo

Sem estrela, nem sol, nem aroma

O trabalho é o que apruma meu prumo

Meu prazer hoje dorme na cama!

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 20/01/2021
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