Cores da solidão
Cores da solidão
Atro silêncio no entardecer
Escuro e refulngente sobre as praias, sem lerão!
Onde atino a visão a sanha ultriz
Que acorre do vislumbre a cor que diz...
O quão rubro bate assim meu coração.
Exulta no horizonte que retarda
E a solidão ensina a observância
Vapor de cobre lâmpada de opala
Sépia e topázio fogo da vacância.
Aurífero transporta a solidão
Na velocidade em quê quêdam os mirtilos.
Rubra amora a cor que se esquece
Âmbar um sol no mar dos crocodilos.
Flor da fênix, incêndio que persigo!
E o lótus cor de prata a sonhar.
Espúmeo sumarento o grande mar
da tarde a fímbria escura do perigo.
Crepúsculo que ourela escarlate
Das sombras desses ermos os ruídos.
De insetos a subir do fim das tardes
Em mantra a volver meditativos.
Há, renovados aromas dos varjados...
Lânguida e morna amolenta uma canção!
No parolar dos ventos nos varados
Que se aglutinam na cor da solidão.
Francisco Cavalcante