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Me materializei...

Acho que foi anteontem que eu fui avalanche de neve.
Virei alvura gelada,
de tanto frio soltei fumaça,
desci e me embolei.

Outro dia eu fui fumaça,
engoli vilas, engoli praças,
eu fiz estrago por onde passei.
Fumaça densa, imensidão,
só discipei-me ao raiar do dia,
minha despedida foi tão tardia que quase a tudo carbonizei.

Teve outra vez que fui água de rio,
e sem que notassem eu fui arrastando,
já não dava pé quando nos atracamos,
cachoeira chegou quando nós despencamos,
evaporei-me em pedras quentes quando a margem tocamos.

Eu já fui brisa leve,
fui bruma discreta, fui ventania.
Cheguei um dia a ser chuva forte
eu fui a torrente que não molha o norte.
Eu fui deserto de sol escaldante nas lendárias cruzadas,
eu fui silêncio, balbúrdia,
já fui batalhas...

Eu destrui tudo por onde passei sendo um temido furação.

Confesso, só não entendo uma coisa,
por que será que eu nunca fui;
o fogo que queima em teu coração?

Reza a lenda da vida que não podemos ser tudo,
não podemos ter tudo.
Não, isso não!
Por isso, logo, por último,
hoje eu sou o que há muito eu escolhi ser,
fui lá, barganhei com o universo, paguei com emoção,
briguei, lutei, consegui!
me concederam o desejo, e em meu último pedido
Me materializei: SOLIDÃO!



P.S.: uso esse espaço e momento para agradecer as diversas mensagens e ou comentários que tenho recebido dos amigos recantistas - ou não -, alguns, já nos 'conhecemos', outros o recanto ou as redes sociais 'vão nos apresentando'. É gratificante e encorajador essa troca, à todos vocês, recantistas ou não, meu muito obrigado!
Tem se aproximado a data do lançamento do meu romance de estreia - Rios de Lembranças - e ter esse carinho e apoio tem sido fundamental para a gestão das emoções!
Gratidão.
Que Deus abençoe a vida de cada um!



Por: Anderson Horizonte


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Site do escritor: www.andersonhorizonte.com