AS NUVENS NÃO SÃO AZUIS
Nas estações dos esquecidos
as palavras ficam:
em desalinho,
presas em grades de papel
sufocadas em tinta
negra,
são palavras blindadas
de anjos temidos,
aprendizes do silêncio
em refúgios preferidos,
nos corredores escuros
entre ratos e morcegos.
Fiapos de raios de sol,
frios,
distantes,
intocáveis,
entretecidos
nas teias nebulosas
impenetráveis
nas estações dos esquecidos,
dias alheios ao azul do céu...
Aqueles tiros de domingo
detonam o herói do século,
repisando as páginas da vida.
Não borboletarás
A flor do mundo...