AS NUVENS NÃO SÃO AZUIS

Nas estações dos esquecidos

as palavras ficam:

em desalinho,

presas em grades de papel

sufocadas em tinta

negra,

são palavras blindadas

de anjos temidos,

aprendizes do silêncio

em refúgios preferidos,

nos corredores escuros

entre ratos e morcegos.

Fiapos de raios de sol,

frios,

distantes,

intocáveis,

entretecidos

nas teias nebulosas

impenetráveis

nas estações dos esquecidos,

dias alheios ao azul do céu...

Aqueles tiros de domingo

detonam o herói do século,

repisando as páginas da vida.

Não borboletarás

A flor do mundo...

LÍVIA M MASCARENHAS
Enviado por LÍVIA M MASCARENHAS em 11/12/2020
Código do texto: T7133369
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