Vazio

Ando desejando sua presença horas a fio, ando acontecendo em você quando te penso

Sou repleta de vazios, calabouços empoeirados onde o amor se retirou, partiu...nunca mais voltou.

Ando afogando em meu próprio pranto, tento respirar, em vão apenas deixo-me sucumbir.

Ouço ecos em meus ouvidos da calmaria que costumava acalmar minhas tempestades, ouço meu próprio grito quando acordo banhada em suor depois de um sono forçado que por instantes fazem cessar minha dor.

Tantos vazios vagueiam em torno de mim, tento ancorar o tempo, tento bradar fazer esse grito parar, queria rasgar meu peito, com minhas próprias mãos lá de dentro te arrancar.

Preâmbulo em meus cômodos vazios, espaços sóbrios que restaram, apenas sombras de algo que eu chamava de amor, onde havia sons de arpas, hoje não mais que minha própria voz entoando um lamento frio, lágrimas cegam minha retina, ainda quentes, dormentes, abraçando o vazio.

Desde que o amor retirou-se, tenho rastejado pelo chão da minha mente, comendo as migalhas que a memória deixou, vivo as nítidas lembranças que tornaram-se amargas, do amor que um dia fora meu sustento.

Sem forças, na insensatez dos dias, divago, tento abstrair o vazio que preenche meus espaços, um vazio pesado, insolente... tornando o que era, hoje nada mais que retalhos presos, no peito alinhavados.

Era canto o amor, agora um grasnar de uma ave, em uma revoada solo em minha saudade.