QUASE COMO UM AFAGO TRISTE
(Ps/522)



A lembrança de ti, chega-me
Como um encanto, prostrado,
Delicadeza em violetas e rosas
Desce o pranto, calado!

Se a vida quis roubar-me
Esse sonhado e puro encanto,
Tenho-lhe ódio e mágoa, 
Infinitas saudades, transplanto. 

Distante, sofro saudade infinita!

Agora que bem me conheço
Tão claro como um dia azul, nego
O teu amor um dia vivido
Fragilidade, de mim, me pertenço!

Docemente, lembro bem, o olhar
E meu coração inundava-se de ti
Borbulhava e transbordava em asas
Junto do teu, a orvalhar pérolas!

Quando em súplica nas negras noites,
Gritava por ti, ausente, o meu inferno
Principiava, afogando-me a alma,
Num uivo rouco de dor e desilusão!

Estamos velhos nesse mar de mágoa
Os áureos tempos são poente, agora
Trazemos o coração desfeito às mãos
Que na distância perdemo-nos, outrora!


" Tudo, diluiu-se, na trincheira,
como  um fantasma! "








 
edidanesi
Enviado por edidanesi em 05/12/2020
Reeditado em 25/01/2021
Código do texto: T7128183
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